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O coração econômico de Presidente Prudente, historicamente concentrado no Centro, vive um momento de transformação. O que antes era marcado por comércio de rua tradicional e escritórios convencionais agora passa por um processo de reconfiguração, impulsionado por mudanças no comportamento do consumidor, avanço do comércio eletrônico e novas dinâmicas de trabalho.

De acordo com especialistas do mercado, a pandemia acelerou tendências que já estavam em curso: a digitalização do varejo, o fortalecimento do delivery e a flexibilização do trabalho remoto. Esses fatores reduziram a demanda por grandes lojas físicas e escritórios tradicionais, mas abriram espaço para novos formatos de ocupação dos imóveis comerciais.

Hoje, a cena é marcada pela diversificação. No lugar de lojas de departamentos, surgem coworkings, clínicas especializadas, escritórios de advocacia modernos e centros de estética. O setor gastronômico também desponta como protagonista: bares, cafeterias e restaurantes de conceito atraem um público que busca experiências diferenciadas, revitalizando áreas antes esvaziadas.

“Não podemos falar em crise do mercado comercial, mas sim em reinvenção. O imóvel que não acompanha as mudanças do consumidor perde valor. Por outro lado, os espaços adaptados às novas demandas têm registrado ótima rentabilidade”, comenta um consultor imobiliário.

Um dado que reforça essa visão é a valorização seletiva de pontos estratégicos. Enquanto algumas ruas perdem fluxo, outras ganham destaque por sua capacidade de atrair negócios inovadores. Regiões próximas ao Parque do Povo e a grandes avenidas, como Manoel Goulart e Coronel Marcondes, registram procura consistente de empreendedores em busca de visibilidade e acessibilidade.

Além disso, a chegada de franquias e redes nacionais movimenta o mercado. Lojas de conveniência, academias compactas e redes de alimentação têm encontrado no Centro de Prudente um terreno fértil para expansão, apostando em contratos de longo prazo e garantindo estabilidade para os proprietários dos imóveis.

A questão da adaptação também merece destaque. Muitos proprietários têm investido na modernização dos prédios comerciais, com melhorias em acessibilidade, climatização, estacionamentos e fachada. O objetivo é claro: transformar espaços antigos em ambientes competitivos frente à nova realidade de consumo. Essa renovação não apenas aumenta o valor de locação, mas também contribui para a revitalização urbana.

Outro movimento relevante é o crescimento da locação de curto prazo para negócios sazonais. Feiras, lojas pop-up e coworkings temporários passaram a ocupar imóveis ociosos, trazendo dinamismo e visibilidade ao mercado. Essa prática, comum em grandes centros, começa a se consolidar em Presidente Prudente como alternativa viável para proprietários que não querem manter o espaço fechado.

Do ponto de vista do investidor, os imóveis comerciais continuam sendo uma oportunidade sólida. A chave está em identificar os segmentos com maior potencial de crescimento e apostar em imóveis com localização estratégica. Clínicas médicas e odontológicas, por exemplo, têm apresentado alta demanda, impulsionadas pelo envelhecimento da população e pela busca crescente por saúde e bem-estar.

No horizonte, a expectativa é de que o Centro de Presidente Prudente siga em processo de transformação, tornando-se um polo mais diversificado, com forte presença de serviços, gastronomia e espaços de convivência. Para quem atua no mercado imobiliário, a mensagem é clara: imóveis comerciais continuam relevantes, mas exigem visão estratégica, capacidade de adaptação e sensibilidade para acompanhar as mudanças do consumidor.

Assim, a reconfiguração do mercado comercial não representa uma perda, mas uma evolução. O Centro deixa de ser apenas um ponto de compras para se tornar um espaço multifuncional, que combina negócios, lazer e serviços, reafirmando seu papel como coração pulsante da economia prudentina.

Fonte: João